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"Treze Dias Longe do Sol é uma história sobre o melhor e o pior do ser humano em situação limite”, dizem autores

Minissérie de Elena Soárez e Luciano Moura já está disponível na íntegra no Globo Play

02.11.2017, às 16H12.
Atualizada em 02.11.2017, ÀS 17H01

Aula de ética em dez capítulos, Treze Dias Longe do Sol é a nova aposta da TV Globo, misturando elementos de cinema catástrofe, melodrama, conto moral e thriller numa minissérie já disponível na plataforma digital Globo Play. A partir desta quinta-feira (2), a trama escrita por Elena Soárez e Luciano Moura (também responsável pela direção artística) explora os momentos de desespero de um grupo de pessoas soterradas nos escombros de um edifício.

Selton Mello é Saulo, o engenheiro que deixou passar as irregularidades na construção em benefício próprio. Com ecos de Inferno na Torre (1974), o ator baiano Fabrício Boliveira é uma espécie de Steve McQueen brasileiro no papel do bombeiro responsável pelo resgate das vítimas - Saulo entre elas. O elenco traz ainda Carolina Dieckmann, Debora Bloch, Enrique Diaz, Paulo Vilhena, Lima Duarte, Camila Márdila, Antônio Fábio e Arilson Lopes.

"Enquanto a gente idealizava o projeto, tivemos aula no Departamento de Engenharia da PUC para entender certas situações estruturais do prédio e criar, na minissérie, uma sequência de perigos, com situações como a água invadindo o prédio. Mas o maior achado aqui é que o culpado pela tragédia está entre os soterrados", diz Soárez, roteirista de sucessos como Eu, Tu, Eles (2000). "Num país como o nosso, onde tudo é feito sobre o arame, as coisas caem. Mas a questão em Treze Dias é expor como as pessoas vão se ajudar. É uma história sobre o melhor e o pior do ser humano em situação limite".

Diretor do premiado A Busca, que representou o Brasil em Sundance em 2012, Luciano Moura explica que o projeto vai além das convenções do filão catastrófico, onde bons e maus são julgados. Na trama que escreveram, o problema inicial se dá já nos conflitos amorosos entre Saulo e a responsável pela inspeção da obra Marion Rupp (Carolina Dieckmann), seu grande amor, com quem ele tem uma história turbulenta.

"Existe sim a catástrofe, porém mais importante são os dramas que ela gera, sendo que todos os acontecimentos têm a ver com o Saulo e sua tentativa de redenção. A ruptura daquele prédio espelha a quebra dele, que foi um campeão a vida inteira, movido pela vaidade", diz Moura, que rodou o projeto - uma parceria Globo e O2 Filmes - em São Paulo, em três meses, nos estúdios da produtora responsável pelo cultuado Cidade de Deus (2002). "Lá embaixo estão pedreiros importados de partes diferentes do Nordeste, trazidos sem carteira assinada".

Existe, na minissérie, o inferno subterrâneo das vítimas do desabamento e há, lá em cima, no asfalto, o inferno ético dos engravatados que tentam lidar com o desastre midíatico da destruição do edifício. Na busca por culpados, todos só pensam em como livrar as próprias peles, inclusive Gilda (Debora Bloch), a diretora financeira da construtora. Ela foi parceira de Saulo no plano de economizar dinheiro, com material de segunda, na construção. O ônus da tragédia pesa também sobre os ombros de Vitor Baretti (Paulo Vilhena), o herdeiro bon vivant da construtora, que se vê no olho de um furacão do qual fugiu a vida inteira.

"Venho de uma história no cinema e o bacana de encarar um formato de minissérie é que, na TV, a demanda é por uma maior abertura das tramas, expandindo cada personagem e buscando sempre um gancho forte entre os blocos e os episódios", diz Elena Soárez.

Disponível para os assinantes do Globo Play, Treze Dias Longe do Sol tem sua estreia na TV aberta prevista para janeiro de 2018.

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