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The Flash | Amadurecido, Barry escolhe enfrentar a Justiça em retorno do 4º ano

Trama retorna de hiato em episódio determinante para o futuro do herói

17.01.2018, às 16H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

O quarto ano de The Flash entrou em hiato deixando os fãs da série com um dos maiores ganchos já apresentados até agora. Ao contrários do supervilões ou dos meta-humanos disfuncionais, Barry Allen (Grant Gustin) precisou enfrentar um inimigo pouco habitual no retorno para a parte final da temporada: a Justiça. "Don't Run" terminou com o Natal do herói sendo interrompido com nada menos que a acusação pelo assassinato de Clifford DeVoe (Neil Sandilands) e "The Trial of The Flash", décimo episódio do quarto ano, trouxe de volta o velocista no olho desse furacão, lidando com os reflexos dele dentro e fora do tribunal.

[Cuidado com possíveis spoilers!]

Os últimos momentos do episódio anterior trouxeram duas informações novas para a série, com potencial para definir os rumos da trama até o fim dessa temporada. A primeira delas diz respeito a DeVoe: com o corpo cada vez mais debilitado, o vilão conseguiu desenvolver uma forma de transferir sua consciência para outro corpo. A vítima da experiência acabou sendo o recém-chegado Dominic (Kendrick Sampson) e isso deu uma dimensão ainda pior para o professor. Além da inteligência e de um corpo jovem e saudável, agora o inimigo da vez de Flash é capaz também de ler mentes, já que no processo de transferência, ganhou todas as características do corpo de Dominic, inclusive suas habilidades meta-humanas.

A segunda coisa diz respeito ao destino que DeVoe deu ao próprio corpo e como isso impacta diretamente Barry. Após fazer com que a polícia ficasse atenta no herói, usando para isso uma ordem de restrição, descartou o corpo original na casa de Barry e acionou os oficiais, criando assim um flagrante para o rapaz. O título "Don't Run" do episódio anterior é referente à escolha do velocista de enfrentar a polícia e, por consequência, "The Trial of The Flash" é justamente o que acontece em função disso. O episódio acompanha Barry sendo julgado pelo crime que não cometeu, ainda que todas as evidências levadas em conta pela série apontem inevitavelmente para ele.

Como de habitual, é preciso usar um filtro de ingenuidade para assistir a série sem sentir que a própria capacidade intelectual está sendo desafiada. Não precisa pensar muito para saber que o julgamento de Barry seria facilmente evitado se coisas simples fossem levadas em conta pela trama - a mais óbvia delas é o álibi do velocista. Se a série tivesse considerado um legista para estimar a hora do óbito de DeVoe, os investigadores do caso saberiam que 1) ele não morreu com uma facada; 2) na hora real da morte, Barry estava cercado por várias testemunhas em outro lugar. O próprio julgamento, que toma quase o episódio inteiro, apresenta alguns momentos questionáveis, como o momento em que os atrasos de Barry são usados para condenar a moralidade do acusado.

O maior mistério do episódio gira em torno de Barry revelar ou não sua identidade como o herói mais rápido do mundo para se livrar da acusação e - independente de ter revelado ou não - isso acaba se tornando a coisa mais interessante da história. As escolhas dele refletem seu crescimento dentro da trama. Muita coisa aconteceu para que o jovem da primeira temporada caminhasse cada vez mais rápido para se tornar um homem maduro - seu casamento, sua experiência na Força de Aceleração e, agora, seu julgamento são exemplos dessa jornada de evolução pessoal. 

Há pequenas questões também que devem, de alguma forma, interferir ao longo da temporada. Uma delas é a relação entre DeVoe e Marlize (Kim Engelbrecht), que não parece estar em seus melhores dias. Além do claro incômodo da mulher em ser tratada como uma ajudante de Clifford ao invés de uma parceira tão importante quanto o marido, o fato dele ter mudado de corpo e agora ter a aparência de Dominic é claramente um problema para ela. Marlize parece incapaz de reconhecer Clifford com a nova roupagem e nem sequer consegue esconder isso do marido, já que ele lê a mente dela sem problemas. Outra questão que deverá ser abordada são os meta-humanos gerados pela exposição de matéria escura no ônibus já que, além do próprio Dominic, o episódio apresentou um homem radiotivo causando problemas na cidade.

"The Trial of The Flash" veio cercado de expectativas desde que o título do capítulo foi revelado - muita gente esperava que a série pudesse adaptar o arco homônimo dos quadrinhos, o que, como visto, acabou não acontecendo. No fim das contas, o episódio, apesar de focar substancialmente em cenas no tribunal, conseguiu ser dinâmico e enérgico, sem cair na monotonia. Além de mostrar o amadurecimento de Flash, o episódio faz também ligações com as frases aparentemente desconexas ditas por Barry logo em sua saída da Força de Aceleração: certamente isso será algo para ficar o público ficar atento nos próximos episódios. O próximo, "The Elongated Knight Rises", vai ao ar em 23 de janeiro com as consequências de sua condenação. 

No Brasil, o canal pago Warner Channel transmite o seriado.

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