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Fear the Walking Dead | O que a série aprendeu com The Walking Dead

Derivado explora o início do apocalipse zumbi e como pessoas despreparadas lidariam com ele

19.08.2016, às 21H36.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

Quando a série derivada de The Walking Dead foi anunciada, muito foi dito sobre a necessidade de sua existência. Ela explicaria o início do apocalipse zumbi? Esclareceria o surto? Marcaria o primeiro acontecimento da infecção? A resposta para todas essas perguntas foi dada rapidamente não, Fear the Walking Dead não entraria nesses méritos. Ao longo de sua curta primeira temporada, a produção estabeleceu que mostraria apenas uma coisa que a original não tocou: o pânico da população durante os primeiros momentos da infestação.

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Agora em seu segundo ano, Fear the Walking Dead passou por diversas provações e se estabelece como uma produção que se sustenta sozinha. Os sobreviventes já aprenderam a derrotar zumbis mesmo depois de alguma dificuldade, como aconteceria com qualquer pessoa na vida real. Vale lembrar que o caso de Rick, um policial treinado que acorda de um coma em um mundo já estabelecido no caos, onde todos os sobreviventes já possuem as habilidades necessarias para matar mortos-vivos é bem diferente, por isso Fear parece demorar mais para engatar. Assim, a série tenta seguir em um rumo diferente da original, colocando o grupo na água, algo que ainda não tínhamos visto.

Ficar confinado em um barco no meio do oceano não deve ser fácil, principalmente se você sabe que a sociedade em terra já não existe mais da forma como você se lembrava. Para a turma do Abigail, outros tipos de teste foram surgindo ao longo do caminho; desde desgastes entre os próprios integrantes do grupo até intervenções externas, causando a mesma sensação de insegurança que Rick e companhia tiveram em todos os portos seguros em que já estiveram até hoje.

Enquanto Fear the Walking Dead e The Walking Dead seguem em caminhos paralelos, basicamente contando a mesma história de pontos de vista distintos, Fear tem a vantagem de "aprender" com os erros de sua irmã mais velha, aperfeiçoando tramas e criando personagens com histórias de fundo bem construídas. Um bom exemplo é Victor Strand (Colman Domingo), que ganhou interessantes flashbacks antes do hiato do segundo ano, tornando-o uma interessante adição à trama.

Mesmo assim, Fear ainda parece ser incompreendida pelos fãs da franquia. Apesar de desenvolver seus personagens com mais cuidado, a derivada acaba por ficar atrás da original por não investir tanto na ação e tomar mais tempo construíndo e dando profundidade ao grupo de sobreviventes, dando a eles boas histórias de vida que antecedem o apocalipse.

Indo além, a série introduzirá mais um novo conceito que The Walking Dead não explorou: a diferença cultural. Agora ambientada no México, Fear terá esse novo tipo de conflito interpessoal que deve gerar ainda mais atrito entre grupos, por sua vez criando líderes e vilões diferentes que serão únicos, fugindo do legado da original.

Fear the Walking Dead merece a atenção dos fãs por explorar mais a fundo os sobreviventes desde o início do apocalipse. Mesmo que os personagens de The Walking Dead estejam mais avançados no sentido de habilidades físicas contra a infestação, é interessante acompanhar Fear para saber o exato momento em que pessoas despreparadas chegam a esse momento - assim como Carol, que foi de dona de casa abusada a assassina de sangue frio ao longo das temporadas, marcou parte dessa evolução na série original. Fear ainda tem muito a caminhar, mas ganha cada vez mais força para conquistar os ávidos fãs dos quadrinhos de Robert Kirkman.

A série retorna com episódios inéditos em 21 de agosto simultaneamente no Brasil e EUA pelo canal AMC, às 22h.

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