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13 Reasons Why | Com produção de Selena Gomez, série da Netflix discute suicídio adolescente

Além de machismo, homofobia, estupro, automutilação...

20.03.2017, às 13H14.
Atualizada em 09.04.2017, ÀS 17H34

Enquanto livro, Os 13 Porquês vendeu mais de dois milhões de cópias e marcou leitores em 35 países ao redor do mundo desde o seu lançamento em 2007. Na trama, ao voltar da escola, Clay Jensen encontra uma misteriosa caixa com várias fitas cassete gravadas por Hannah Baker, sua colega de classe e paixão secreta. Ou melhor: ex-colega de classe. Afinal, todos sabem que a garota se suicidou. O que apenas 13 deles estão cientes, porém, é que Hannah decidiu narrar em detalhes as razões que a levaram a tirar sua própria vida: “Talvez eu nunca saiba por que vocês fizeram o que fizeram. Mas eu posso fazê-los sentir como foi.

Produzida por Selena Gomez, a adaptação da Netflix de 13 Reasons Why abre espaço para um relato amplo e autêntico dos problemas que fazem parte do cotidiano juvenil: machismo, homofobia, estupro, automutilação, bullying e outras diversas injúrias emocionais. Mais do que isso, faz pensar sobre o poder das palavras: para quem diz, pode não significar nada; para quem escuta, pode ser letal.

As pessoas estão sofrendo e merecem ser escutadas”, publicou Gomez, que já falou publicamente sobre depressão, em seu perfil no Instagram. Anos atrás, junto à mãe, a cantora se sentiu tão tocada pelo livro que decidiu levar a discussão adiante. À época, a ideia era produzir um filme onde ela mesma interpretasse Hannah. No entanto, a história encontrou um formato diferente e  Gomez não quis mais atuar: “Estava passando por um momento muito difícil quando iniciamos a produção. [...] Nas gravações do último episódio, fiquei acabada só de ver aquilo tudo tomar forma. Quis ter certeza de que, apesar de tudo, ainda estaria um pouco distante do projeto”, relembrou em um painel da Netflix no início de fevereiro.

Adaptadas em 13 episódios, cada um com quase uma hora, as 250 páginas de Jay Asher serviram como esqueleto para o roteiro da série, que corrige graves deslizes de estruturação e continuidade do livro. Ao contrário de muitos filmes e séries vindos da literatura, em 13 Reasons Why a expansão da história é coerente à narrativa e dá consistência à trama.

Um exemplo claro de preenchimento são os personagens, que no livro são construídos sem quaisquer nuances, sobre um único arquétipo. Na série, o elenco, composto predominantemente por estreantes, encaixa-se bem aos novos arcos de seus papéis e entrega boas atuações. Ao condensar os dramas de Clay, especialmente nas cenas de explosão emocional, Dylan Minnete é um dos que mais chama atenção. Ademais, é emocionante ver Kate Walsh (Grey’s Anatomy) expressar tão genuinamente a dor de uma mãe que acabou de perder a filha de maneira tão trágica quando sequer estava ciente do problema.

Apesar de muitas vezes não receber a devida atenção - principalmente no caso de adolescentes -, o suicídio mata uma pessoa a cada 40 segundos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Seja 2007 ou 2017, esta sempre será uma discussão indispensável, e o apoio de uma potência como a Netflix e de uma influenciadora como Selena Gomez só tem a acrescentar.

Os 13 episódios de 13 Reasons Why já estão disponíveis na Netflix - leia a crítica

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