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Como a trilha sonora de Liga da Justiça representa perfeitamente o filme

A DC buscou mais leveza ao filme, e a trilha teve um grande papel nisso

16.11.2017, às 15H58.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H41

Poucos meses antes de sua estreia, o antecipado novo filme da DC Liga da Justiça anunciou duas mudanças nos créditos: após a saída do diretor Zack Snyder, por questões pessoais, o novo responsável pelo projeto, Joss Whedon, declarou que a composição do filme, até então por conta de Junkie XL, passaria para as mãos de Danny Elfman.

As duas mudanças eram decididamente grandes. A introdução de Joss Whedon, nome famoso por Vingadores e Vingadores: A Era de Ultron, representou uma transição de tom enorme ao universo da DC. Conhecida por dar um tom pesado, sombrio e grandioso aos seus filmes, a produção estava trazendo à bordo um nome que insiste em trabalhar mais nas camadas dos personagens e trazer leveza a super projetos. Como a empresa percebeu com Mulher-Maravilha, às vezes menos drama é uma coisa boa.

A troca de compositores fez muito sentido exatamente da mesma maneira. Junkie XL, que colaborou com Hans Zimmer em Batman Vs. Superman e trabalhou em Mad Max: Estrada da Fúria e Deadpool foi trocado por Danny Elfman, nome que marcou Batman, de 1989, Batman: O Retorno, de 1992 (ambos de Tim Burton), o Homem-Aranha de Sam Raimi e Vingadores: Era de Ultron. A mudança é super parecida com a da direção: Elfman é um compositor mais old-school e menos grandioso, conhecido por trilhas mais leves e carismáticas do que épicas e espetaculares. E isso não é, de modo algum, uma minimização de seu talento: o tema criado por Elfman para o Homem-Aranha de Tobey Maguire é histórico por seu carisma, não por sua grandiosidade.

Elfman recebeu algumas críticas por se afastar do que estava sendo estabelecido como música no universo da DC. Ele não usou os temas criados para os protagonistas de Batman Vs Superman ou O Homem  de Aço, de Hans Zimmer. Suas referências aos outros filmes dos heróis foram bem específicas: um toque do Batman de 89, uma pitada do tema de Superman do John Williams e a sua reinvenção do tema da Mulher-Maravilha de Hans Zimmer e Junkie XL. Todas as escolhas fazem perfeito sentido quando a direção criativa é buscar menos peso: até a sua versão do tema para a personagem de Gal Gadot é mais leve: em “Wonder Woman Rescue”, que toca logo no começo do filme, Elfman troca a pesada guitarra de XL e Zimmer por um belo arranjo de cordas.

De modo geral, a trilha sonora que Elfman criou ficou muito boa. Infelizmente, o músico não se aprofundou na criação de temas relevantes aos novos personagens, mas Flash e Ciborgue têm motivos bem simpáticos, enquanto a música dedicada ao Aquaman passa batido. Mas os destaques são outros: “Anti-Hero’s Theme” é ótima, e “Justice League United” e “The Final Battle” constróem a grandiosidade com muito carisma.

A direção que a DC tomou foi bem específica e bem construída. Não faria sentido tentar encaixar a música dramática característica de seus filmes passados em um filme que quis, claramente, investir em sutileza. E, apesar de deixar saudade aos fãs do peso, a trilha de Elfman representou muito bem a mudança no universo da DC. 

Ouça a trilha sonora original de Liga da Justiça:

 

Liga da Justiça já está em cartaz no Brasil - leia a nossa crítica.

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