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Crítica

Sheryl Crow - Be Myself | Crítica

Novo disco mostra Sheryl Crow se liberando das amarras do mercado e fazendo o disco que ela quer fazer

02.05.2017, às 15H24.
Atualizada em 02.05.2017, ÀS 16H02

Sheryl Crow é um nome que automaticamente faz a gente ficar nostálgico em relação aos anos 90. Dona de alguns dos grandes hits daquela década ("All I Wanna Do" e "If It Makes You Happy", só pra citar dois) ela passou os últimos anos experimentando alguns problemas pessoais e de saúde – descobriu um tumor no cérebro alguns anos atrás – e mesmo assim se manteve sempre como um grande nome no meio do mundo pop.

Agora, quem vive a nostalgia é a própria Sheryl, que em Be Myself deixa bem claro que seu novo trabalho é uma volta às raízes. Mas aqui, “raízes” tem mais a ver com a sonoridade pop que fez dela uma estrela da indústria fonográfica do que com as origens de sua terra. Esse tipo de nostalgia ela tentou em Feels Like Home, de 2003, mas o resultado não foi muito bem o que ela esperava, comercialmente falando.

Pra mudar de rumo, ela resgatou os produtores de seus discos de maior sucesso: Sheryl Crow, de 1996 e The Globe Sessions, de 1998. Junto com eles, vieram também os grandes arranjos e refrões que ela tem o dom de compor. Be Myself soa como um tributo ao seu sucesso do passado, mas não é um som requentado.

Sheryl está feliz em voltar com tudo e mostra essa determinação e leveza ao longo das 11 músicas do disco. "Halfway There" é um parque de diversões onde ela esbanja seu talento no piano, "Rest Of Me" abusa das guitarras e mostra que a escolha de velhos produtores foi um acerto.

"Roller Skate" e "Strangers Again" estão entre as melhores canções pop que ela fez nos últimos 15 anos e "Alone In The Dark" é quase uma fotolegenda para a capa do disco, mandando um recado claro de que ela está parando de se preocupar com os outros e quer mais é saber de si mesma.

A música tem riffs de guitarra que soa como Rolling Stones, abrindo Be Myself com uma pegada crua e roqueira, quase rebelde. É Sheryl se soltando das amarras da indústria e fazendo o disco que ela realmente quer fazer.

Be Myself tem um gosto de nostalgia, mas é temperado com muito gás e entusiasmo de uma Sheryl Crow totalmente renovada e satisfeita com sua história.

Nota do Crítico
Ótimo

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