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Crítica

Niall Horan - Flicker | Crítica

Membro do One Direction faz álbum morno e feito para a rádio

20.10.2017, às 13H20.
Atualizada em 20.10.2017, ÀS 14H00

O primeiro membro do One Direction a ter lançado um single fora do grupo, Niall Horan revelou esta semana o seu primeiro álbum solo, Flicker. Com 13 faixas de puras baladinhas pop, com traços melancólicos e toques de sonoridade irlandesa, o disco inteiro é agradável, mas só isso. 

Em setembro do ano passado, foi revelado o primeiro registro de Flicker, “This Town”, produzida por Greg Kurstin (Adele, Foo Fighters). Simpática, a faixa deu a entender que o trabalho solo de Horan tinha potencial para revelar o novo talento da Irlanda, com o poder de fazer um pop melancólico e bonito. No entanto, o álbum não saiu disso, e parece ter sido feito para tocar na Alfa FM. Não é a toa que ele também foi o primeiro (e único, até hoje) integrante do One Direction a encabeçar a lista de Adult Pop Songs da Billboard, que mede audiência de rádios focadas no público adulto.

Na divulgação do disco, Horan citou Fleetwood Mac e The Eagles como suas principais influências. No entanto, o som do álbum em geral se aproxima mais de Ed Sheeran ou James Blunt, trazendo como seu defeito principal a dificuldade em se arriscar, e não criar algo que lhe dê destaque no meio pop.

Flicker começa com o soft rock eletrônico “On The Loose”, e depois da doce “This Town” traz a colaboração com a cantora Maren Morris em “Seeing Blind”. A vocalista texana vencedora do Grammy ajuda a fazer a faixa ficar mais interessante, trazendo elementos do country para dar mais profundidade ao tracklist. O dueto dos dois no refrão funciona, mas também deixa uma impressão de que a parceria poderia render frutos melhores. 

Pouco depois, o álbum traz como destaque as animadoras “Slow Hands” e “Too Much To Ask”, que fazem muito sentido como singles lançados anteriormente. Com refrões mais pegajosos, as duas são simpáticas e agregam muito ao álbum, a primeira por sua batida mais firme e a segunda por trazer uma balada romântica que combina bem com a voz do irlandês. 

A faixa-título "Flicker" chama atenção por dar mais ênfase ao uso das cordas, e tem um arranjo mais bonito. O miolo do álbum, no entanto, é completamente morno. Faixas como “Since We’re Alone” e “Fire Away” passam batidas, e até “You and Me”, que traz o vocalista um pouco mais empolgado, não deslancha. Quando o disco chega ao seu final, duas músicas o salvam do esquecimento: surpreendentemente, “On My Own” e “Mirrors” trazem cordas e um entusiasmo embasado no estilo irlandês, que acrescenta (e muito) à sonoridade, que até o momento não saía do mesmo.

Apesar de ser fraco, Flicker não tem nenhum problema específico. Ele não erra, mas mais porque não arrisca. O resultado geral dá a entender que Niall Horan tem um bom potencial para crescer. Recém-saído de uma das maiores bandas pop da geração, o músico tem apenas 24 anos e lançou um álbum consistente. Espera-se que em seus próximos lançamentos o artista possa passear por mais estilos e dar mais ênfase a sua raíz irlandesa, que pode render um bom trabalho no futuro. 

Ouça Flicker:

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