O Globo de Ouro acontece no próximo domingo, dia 7 de janeiro, em Los Angeles, e traz entre os indicados uma lista de compositores veteranos na categoria de melhor trilha sonora. Confira abaixo um pouco sobre cada um deles e suas trilhas indicadas:
Carter Burwell - Três Anúncios Para um Crime
Para Três Anúncios Para um Crime, o diretor Martin McDonagh chamou o mesmo compositor com quem trabalhou em seus dois últimos filmes, Carter Burwell. Conhecido principalmente pelas colaborações com os Irmãos Coen, o compositor foi indicado ao Oscar no ano passado por seu trabalho em Carol e ganhou o Emmy em 2011, pela composição na mini-série Mildred Pierce. Burwell criou uma trilha sinistra e com toques de faroeste para o drama/comédia de McDonagh, que pode ser ouvida no Spotify. Ao Gold Derby, Burwell comentou que a ideia principal foi identificação com o cenário do filme: “Eu sei que Martin queria um sentimento do local, e eu transmiti isso com instrumentos tradicionalmente americanos”. O filme é esperado para estrear no Brasil em 15 de fevereiro.
Alexandre Desplat - A Forma da Água
O compositor francês Alexandre Desplat foi a escolha de Guillermo del Toro para a fantasia de A Forma da Água. Desplat já é longo conhecido das premiações, tendo sido indicado ao Oscar oito vezes, e ganho pela trilha de O Grande Hotel Budapeste em 2015. A trilha para o novo filme, também disponível no Spotify, é etérea, delicada e tem uma natureza singela. Ao Deadline, Desplat descreveu a criação da trilha: “Eu tentei capturar o som da água ou, mais importantemente, o sentimento da água. Como é o sentimento de estar rodeado de água morna? A maneira que o amor e a água se relacionam neste filme te dá esta sensação, porque o amor também traz este sentimento morno”. No Brasil, o filme estreia em 1º de fevereiro.
Jonny Greenwood - Trama Fantasma
Trama Fantasma, filme de Paul Thomas Anderson, rendeu a Jonny Greenwood sua primeira indicação ao Globo de Ouro. Conhecido também como guitarrista e tecladista do Radiohead, o músico tem uma parceria recorrente com o diretor, tendo trabalhado em seu último filme Vício Inerente, e ainda O Mestre e Sangue Negro. A trilha sonora será disponibilizada digitalmente em 12 de janeiro, mas a música “House Of Woodcock” foi revelada e já dá para ter uma ideia do clima criado pela base de piano e cordas. Segundo a Variety, a trilha acompanha 90 minutos do filme, representando 70% do tempo total. Ao saber disso, o condutor da trilha comentou “Isto não é um filme, é um musical!”. No Brasil, o filme chega aos cinemas em 22 de fevereiro.
John Williams - The Post - A Guerra Secreta
Em sua 22ª indicação ao Globo de Ouro, John Williams concorre agora com a trilha do último filme de seu parceiro de longa data, Steven Spielberg, em The Post: A Guerra Secreta. A frequente parceria (que não aconteceu apenas em três filmes do diretor) rendeu três dos cinco Oscars que John Williams já ganhou, com Tubarão, E.T: O Extraterrestre e A Lista de Schindler. Pode parecer bastante, mas o compositor já foi indicado cinquenta vezes ao Oscar, o que lhe dá título de pessoa viva com o maior número de indicações na premiação. Em entrevista em um vídeo promocional da 20th Century Fox, Williams comentou a estranheza de trabalhar com as mesmas pessoas na orquestra: “Existem músicos no grupo que eram bebês quando começamos, e hoje eles têm netos!”. Na nova trilha, Williams se baseia principalmente em cordas e piano, mas ele disse ter pedido auxílio para partes mais eletrônicas: “Fiz pesquisas com pessoas que fazem isso muito melhor que eu, e nós usamos em algumas cenas, com alguns efeitos eletrônicos bem leves”. A trilha de The Post: A Guerra Secreta também já está disponível nas plataformas digitais, e o longa chega em 1º de fevereiro.
Hans Zimmer - Dunkirk
Outra parceria frequente está na lista dos nomeados: Hans Zimmer e Christopher Nolan, com Dunkirk. Indicado dez vezes ao Oscar, Hans Zimmer ganhou apenas em 1995, por seu trabalho em O Rei Leão. No Globo de Ouro, o compositor foi indicado 14 vezes, ganhando pelo filme da Disney, mas também por Gladiador, em 2001. No último filme de Nolan, Zimmer foi elogiado pelo uso de uma técnica peculiar para criar tensão; a escala Shepard. Nas composições de Dunkirk, conforme as linhas instrumentais vão ficando mais agudas, os volumes vão diminuindo e dando lugar a linhas instrumentais mais graves. A ilusão contínua de que a música está mais aguda cria um clima de tensão peculiar, que foi usado de forma diferente nas três linhas narrativas do filme. Ao fim do longa, Zimmer uniu os temas de cada uma das linhas, caminhando em tempos diferentes até atingir o mesmo clímax. A trilha já está disponível no Spotify.
