Chester Benninton e a voz que marcou uma geração

Créditos da imagem: Rich Fury / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

Música

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Chester Bennington e a voz que marcou uma geração

Vocalisa do Linkin Park permanece como uma das vozes mais impactantes dos anos 2000

20.07.2017, às 19H05.
Atualizada em 20.03.2020, ÀS 12H55

Ser envolvido por uma música é inesquecivelmente contagiante. Talvez dependa da hora e do lugar: você está com a banda de sempre nos fones de ouvido e uma canção desperta um ritmo incontrolável de memórias, sentimentos e sensações. Alegria, tristeza, nostalgia; tudo em apenas um ritmo.

Também não é difícil ficar incomodado quando algo não está acompanhando a sua "vibe". A mesma canção que fez tanto sentido ontem não faz mais sentido hoje. A mesma faixa que te inspirou há poucas horas te deixou com a alma vazia minutos depois. Foi exatamente assim nessa quinta-feira, 20 de julho: eu escutava "Heavy" quando soube que Chester Bennington, vocalista do Linkin Park, foi encontrado morto em sua casa.

De um momento para outro, a voz que eu ouvia não era de alguém que estava vivo. Não me sentia bem ao saber que, poucas horas atrás, essas eram as melodias que me deixaram inspirado. Tirei os fones. Demorei alguns minutos para entender. E caiu a ficha. E, assim, todas as letras ganharam um novo significado.

Linkin Park gritou e rimou com a voz de Chester Bennington e Mike Shinoda nos microfones — uma geração que ouviu uma mistura de rock, pop e pinceladas sutis de rap do início dos anos 2000 para cá. Hybrid Theory, com a abertura agressiva de "Papercut", introduziu muitas outras músicas que os fãs não esquecem até hoje: "Crawling", "In The End" e "Forgotten"; entre muitas outras.

Meteora também caiu com um impacto muito grande entre os jovens e adolescentes. "Somewhere I Belong", "Breaking The Habit", "Numb" e tantas outras pintavam em festas, grupos de amigos ou nos walkmans daqueles que gostavam de curtir o som da sua própria forma.

Depois do icônico Live in Texas, a banda começou a grande mudança que até hoje divide seus fãs: Minutes to Midnight aos poucos tornou o ritmo mais leve e com menos gritos. Posteriormente, A Thousand Suns fez as batidas flutuarem junto da voz de Chester — algo continuamente lembrado pelos fãs.

Living Things e The Hunting Party resgataram a reflexão densa do início da carreira. E, neste ano, o grupo lançou One More Light, uma das maiores mudanças da carreira do Linkin Park. Há pop, há rock; mas também há uma certa melancolia escondida em uma melodia bem "tropical".

Com One More Light, Linkin Park sai da zona de conforto e arrisca com faceta pop e elementos tropicais.

Esta quinta trouxe uma reviravolta em tudo que o Linkin Park — e Chester — representava para os fãs. Suas músicas desembrulham um significado ainda maior. Meteora está ainda mais pesado para a geração que cresceu ao som de Chester no topo de um prédio de reflexões. One More Light, inclusive, me transpareceu hoje como uma despedida suave e serena para toda a geração que o acompanhou por todos esses anos.

Chester não soltou sua voz apenas no Linkin Park — sua lista de projetos também inclui o grupo Dead by Sunrise e o Stone Temple Pilots. Mas seu impacto global ficou estampado com a marca nas lojas pelo mundo inteiro. Uma voz que, hoje, 20 de julho de 2017, encontrou sua paz nas letras de "One More Light".

Descanse em paz, Chester.

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