A Cachorro Grande, após lançar seu disco mais recente, Electromod (2016), partiu para a realização de projetos simultâneos, ambos inéditos em sua trajetória. O grupo formado por Beto Bruno, Marcelo Gross, Rodolfo Krieger, Pedro Pelotas e Gabriel Azambuja realizou recentemente em São Paulo a gravação de seu primeiro disco ao vivo, que deve chegar às lojas ainda este ano, e deu o pontapé no documentário que irá comemorar os 20 anos de estrada do grupo, em 2019.
A gravação do novo disco aconteceu no Centro Cultural Rio Verde e o material captado em vídeo também deve funcionar como a linha condutora para a história da banda gaúcha que será contada pelo diretor Lírio Ferreira, conhecido por trabalhos em projetos como Cartola - Música Para os Olhos (2007) e Árido Movie (2005). O diretor, em conversa exclusiva com o Omelete, confirmou que a gravação do disco ao vivo é “[...] a gênesis da história, a origem da história toda. Com certeza a estética que estamos colocando aqui, agora, é a estética que vai permear o caminho desse documentário”. Lírio comenta que a gravação do show “tem a proposta de fazer tudo sem planos fixos, sem tripé, sem carrinho, sem grua. Todas as câmeras estão respirando junto com a emoção da banda e com isso nós estamos trazendo o público que vai assistir em casa para participar desse momento. Da celebração deles. É uma proposta bem arriscada, mas muito bacana [...]”, destaca.
O show
O público presente no segundo dia de gravação do projeto mostrou que os anos de estrada da Cachorro Grande estão valendo a pena. Desde o anúncio da primeira música, “Você não sabe o que Perdeu”, seguindo para “Hey Amigo”, as pessoas estavam animadas, cantando tudo, pulando e dançando. Essa empolgação mostra que o trajeto da banda por esses quase 20 anos de carreira tem sido capaz de renovar fãs e sonoridade - detalhe que fica claro, principalmente, no último disco que flerta com elementos eletrônicos -. Vale ressaltar que à medida que as músicas se sucediam no show, os fãs ficavam ainda mais animados, comentando cada uma das faixas e participando do que estava acontecendo ali. A apresentação realizada sem muito bate-papo, ainda contou com alguns bons momentos que revelaram histórias que permeiam a carreira do grupo e também com a participação de Samuel Rosa, do Skank.
Com tudo isso acontecendo ao vivo (a animação dos fãs e a energia da banda) caso as câmeras consegam passar a vibração para quem estiver assistindo em casa, com certeza o próximo disco da Cachorro Grande será um excelente material. Seja pela pegada do grupo no palco, que remete à clássica áurea dos shows de rock, seja por seus elementos mais marcantes.
Por fim, apesar do tempo aparentemente grande para finalizar o documentário, Lírio comenta que o prazo para lançar o projeto deve ser mantido sem sobressaltos: “Não tenho a menor dúvida [de que iremos entregar no tempo], eu fico sempre clamando para os deuses do cinema para que eles ajudem todos que estão envolvidos na história".