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BTS faz dois shows em São Paulo e mostra a força do K-Pop

Grupo de pop, emula boy bands da década de 90 e é fenômeno entre os jovens

20.03.2017, às 17H13.
Atualizada em 03.04.2017, ÀS 15H39

Gritos, gritos e mais gritos. Com um público composto por 98% de mulheres, grande parte com idade entre 12 e 17 anos, o que eu mais ouvia eram os gritos a cada pequeno movimento. A troca de clipe no telão, o espaço entre um vídeo e outro… Tudo. Que dia ruim para esquecer meus protetores… Do lado de fora do Citibank Hall, a maior fila que eu já vi por ali... E faltava menos de meia hora para o show começar.

Integrantes do BTS posam para foto de divulgação

O grupo em questão, responsável por tudo isso, é o BTS (ou ainda Bangtan Boys). Talvez você não conheça… Eu também não conhecia, mas eles são uma das sensações do K-Pop, ou melhor, uma das grandes sensações pop entre os jovens de diversas partes do mundo. O grupo, que corresponde ao segmento musical produzido na Coreia do Sul, em esquema industrial, tem levado um número expressivo de jovens aos shows em várias partes do mundo. O grupo possui algumas marcas impressionantes para o K-Pop, com um de seus EPs, The Most Beautiful Moment in Life, Part 2, atingindo a primeira colocação no chart de Álbuns Mundiais da Billboard. Posição na qual permaneceu por algum tempo e transformou o grupo - composto por sete integrantes - no primeiro do segmento  a conseguir essa marca.

O segundo projeto de estúdio dos sul-coreanos, Wings, que os trouxe novamente ao Brasil, alcançou a primeira posição em streamings no Itunes em mais de 26 países e estreou no 26º lugar na Billboard 200, marcando a melhor posição já alcançada por um álbum de K-Pop na parada e transformando o BTS no primeiro artista do K-Pop a conquistar três entradas em charts da Billboard. Agora, depois de entender quem eles são no mundo, vale a pena conhecer o trabalho realizado pelo grupo.

Logo de cara, o que chama a atenção no projeto dos meninos K é o esmero visual dos clipes. Sem dúvida, algumas das produções mais bonitas que eu já vi, com um trabalho de vídeo excepcional. (Veja trailer de divulgação da turnê abaixo). Já, durante o show, uma das coisas mais incríveis de se ver é a paixão dos jovens fãs pelo grupo. A representação mais pura da paixão adolescente com toda a sua força.

Outro detalhe que faz entender a dimensão desse fenômeno no mundo é a informação passada por uma mãe que acompanhava suas filhas no show. Ela contou que a Unicamp abriu um curso de coreano e outro de dança e canto de K-Pop só para atender a demanda desse novo movimento.

Mas vamos ao show. Essa é a terceira vez do BTS no Brasil. Mas dessa vez eles chegam após realizar turnês pela Europa, Ásia, Estados Unidos e América Latina. O Brasil recebe duas apresentações do grupo. A próxima acontece nessa segunda (20).

O show
E como é interessante ter a pressão da música pop novamente nos ouvidos. É empolgante ver uma massa em uníssono. O que chama a atenção durante a apresentação do grupo é a qualidade sonora e a produção musical de algumas faixas apresentadas. As músicas mais agitadas contagiam rapidamente, no entanto as mais lentas perdem a força e mostram que o link fica por conta da emoção dos fãs que cantam em coreano e inglês, praticamente o tempo todo. Algo que pode deixar o show ainda mais impactante, com certeza, seria a presença de uma banda no palco, e eles podem fazer isso.

Outro detalhe interessante é como o novo emula alguns dos movimentos clássicos do pop dos anos noventa, principalmente os Backstreet Boys. Alguns figurinos são muito parecidos, com a ideia oversized, de cores entre outros detallhes, isso mostra, mais uma vez, que esses grandes fenômenos pop são cíclicos. O que leva justamente a essa sede dos jovens pelo formato boyband, algo que permanece, apesar da mudança do público, que se engaja de cabeça a cada novo movimento.

Por fim, a atmosfera que eles criam durante os shows é algo que merece destaque. Estridente, intenso e fisicamente desafiador é o resultado de um ambiente que gera a média de um desmaio por minuto, mas que ainda sim, consegue fazer da música e da paixão dos fãs algo que engaja.  Assim, vale a pena se livrar dos preconceitos e ir ver o que os jovens da segunda década dos anos 2000 estão ouvindo, afinal de contas, pop é pop.

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