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O Matador | “Vi muito bangue-bangue à italiana com meu avô e queria fazer um filme nessa linha”, diz Marcelo Galvão

Faroeste brasileiro da Netflix divide opiniões em sua passagem pelo Festival de Gramado, em competição

19.08.2017, às 13H46.
Atualizada em 19.08.2017, ÀS 14H07

Gramado rachou-se entre “gostei” e “não gostei” e adjetivos contrastantes como “sádico” e “maduro” ao tentar definir o primeiro filme com o selo Original Netflix produzido no Brasil: O Matador, de Marcelo Galvão. Sua primeira projeção em tela grande – e, até o momento, pode ser a única – ocorreu na noite desta sexta-feira (18), em competição pelo troféu Kikito de melhor longa-metragem brasileiro na 45ª edição do mais popular dos festivais do país, sediado na Serra Gaúcha.

Definido como um western moderno, ambientado em Pernambuco, o novo trabalho de Galvão (realizador de Colegas e A Despedida) foi a atração competitiva inaugural do evento, aberto com uma exibição do drama musical João, o Maestro, de Mauro Lima, em sessão hors-concours. Após um mergulho na vida do ex-pianista, hoje regente João Carlos Martins, o lado mais glamouroso do Rio Grande do Sul cavalgou num cangaço sujo de sangue, pintado por Galvão com tintas de Sergio Leone.

“Eu cresci vendo bangue-bangue spaghetti, daqueles bons italianos, com meu avô, e queria fazer algo nessa linha, com ação. Não sei se dá pra aplicar uma ideia de heroísmo aqui, pois há heróis diversos, que morrem rápido, na trama”, diz Galvão, numa coletiva de imprensa.

Solícito sempre, Galvão defendeu o longa como pôde num corpo a corpo com a crítica, onde O Matador recebeu cobranças de ser violento em excesso, estilizando o sadismo. Mas muitos aplaudem o rigor das cenas de ação. O enredo acompanha a saga de um assassino profissional, Cabeleira (vivido por Diogo Morgado), que foi criado por um cangaceiro.

“Existe um processo de humanização de um ogro no contato com uma criança. Talvez ali haja um traço de heroísmo mais claro”, diz Galvão.

Neste sábado, Gramado recebe o primeiro longa concorrente ao Kikito de melhor filme estrangeiro: o uruguaio Mirando al Cielo, de Guzmán García. Na sequência será exibida a uma das produções nacionais mais esperadas do ano: Como Nossos Pais, de Laís Bodakznky, que fez sua primeira projeção pública no Festival de Berlim, em fevereiro. Na ocasião, este drama geracional colecionou elogios da crítica internacional, sobretudo para a atriz Maria Ribeiro. No domingo, a cidade faz festa para o animador gaúcho Otto Guerra, único realizador de sua seara a ser laureado com o Troféu Eduardo Avelin. A láurea, criada no evento para festejar obras autorais de cineastas brasileiros, será entregue ao diretor de Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n’roll (2006) no dia 20. 

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