Quando alguém assiste a algum dos trailers de Guerra Civil, a sensação que fica é que teremos um daqueles filmes tradicionais de guerra: batalhas campais, tiros, bombas, invasões e tudo que tem em clássicos do gênero como Apocalipse Now ou O Regate do Soldado Ryan. É claro que existe um pouco disso também, mas o diretor e roteirista Alex Galard deixa a guerra mais como contexto do que necessariamente como protagonista.
Vendê-lo como blockbuster traz a atenção a uma história que tenta desromantizar as agruras de uma guerra. Galard explicou que os filmes tradicionais com a temática sempre tem trazem um heroísmo exacerbado e uma romantização dos confrontos. Não era essa a sua intenção e ele usa o jornalismo como fio condutor desse caminho
O longa conta a história de quatro jornalistas que durante uma guerra civil nos Estados Unidos - quando Texas e Califórnia se insurgem conta o presidente autocrata - tentam viajar de Nova York para Washington D.C. e conseguir uma última entrevista com o mandatário do país antes de sua possível deposição.
Então passamos a ver a transformação que uma guerra pode fazer nas pessoas, usando esses quatro como fio condutor. Mais que um filme de guerra em si, é uma história de como esse tipo de conflito pode acabar com a alma das pessoas envolvidas - sejam eles combatentes da linha de frente, sejam eles jornalistas.
O diretor garante que não se inspirou em nenhuma das grandes guerras que estamos passando atualmente - ele escreveu o roteiro bem antes delas começarem - ou nem mesmo na polarização que vemos no mundo atual. Mas o filme se encaixa perfeitamente nessas duas situações e até por isso ele soa atemporal.
Vale destacar a atuação do brasileiro Wagner Moura, um dos quatro jornalistas. Ele brilha tanto quando precisa ser o alívio cômico como quando precisa trazer a tensão necessária em uma cena de conflito aberto.
O longa da A24 chega aos cinemas do Brasil no dia 18 de abril
