Filmes

Entrevista

Divórcio | "É bom não se levar muito a sério", diz Murilo Benício

Ator falou sobre comédia que chega aos cinemas esta semana

21.09.2017, às 13H54.
Atualizada em 21.09.2017, ÀS 15H04

Daqui até abril, quando abre o set da dramédia Pérola, no posto de diretor, Murilo Benício terá múltiplos compromissos com o cinema. O primeiro chega hoje (21) às telas, cercado de elogios da crítica: a comédia rural Divórcio. No início de outubro, dá as caras no Festival do Rio (5 a 15 de outubro) à frente do esperadíssimo thriller de horror Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida. E no período de 19 de outubro a 1 de novembro - data da 41ª Mostra Internacional de São Paulo - ele estará exibindo seu longa-metragem de estreia como diretor: uma versão da peça O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, com Lázaro Ramos e Débora Falabella.

"Curti demais essa experiência de dirigir, sobretudo por saber, na pele, a dificuldade de interlocução que muitos atores sofrem em filmagens", diz Benício, que roda até ano que vem uma minissérie da Globo sob a autoria de Ricardo Linhares. "Eu já faço TV e cinema desde o início dos anos 1990, mas, nos últimos anos, estive em trabalhos muito densos, como Amores Roubados. Não quero ficar associado à imagem do ator denso, sério... Fui fazer uma comédia como Divórcio por isso: é bom não se levar muito a sério. Se você se leva muito a sério, você deixa de fazer as coisas com leveza. Pelo menos é como eu sinto".

Não há um segundo de Divórcio em que a plateia não solte gargalhadas quando Benício faz o sotaque carregado, tipo "porrrrrta" ou "porrrrteira", de (rico) cidadão de Ribeirão Preto. Ele é Julio, o Rei do Tomate, que está a um passo de perder tudo que tem - inclusive a dignidade - ao se separar de sua mulher, Noeli (Camila Morgado). O processo de rixa entre eles rende cenas hilárias (como a de um baile à moda sertaneja) e uma análise irônica da alta classe média do interior. A direção é de Pedro Amorim (de Mato Sem Cachorro).

"Trouxe muito de um personagem meu da TV, o Artur Fortuna, de Pé Na Jaca, por quem o público tem muito carinho. Camila e eu tivemos cuidado, sobretudo com o sotaque, de achar o tom certo do exagero do humor sem parecer ser desrespeitoso", diz o ator, que será visto em cenas qur desafiam as CNTPs (condições normais de temperatura e pressão) em Animal Cordial.

Produzido pela RT Features (de A Bruxa), o filme é um dos nove longas concorrentes ao Troféu Redentor do Festival do Rio e leva Benício aos limites da tensão. Já em O Beijo no Asfalto, ele sai de cena, para "atuar" como realizador, apoiado na direção de fotografia de Walter Carvalho.

"Desde que conheci essa peça, a conexão foi imediata. O mesmo se seu com Pérola, que filmo agora. Essa versão do Beijo tem encenação, imagens de nossas leituras de mesa, a Fernanda Montenegro falando de como o texto foi encomendado ao Nelson. Tem muitas camadas. E, nesse processo de trabalho, a ordem no set, pra equipe e elenco, era 'A melhor ideia leva', pra deixar claro a troca, a nossa integração", diz Benício. "Dirigir é saber ouvir e saber identificar a melhor ideia".

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