Filmes

Entrevista

"Depois de Jogos Vorazes tudo mudou para as atrizes da minha geração", diz Alicia Vikander

Atriz conversou com o Omelete no Festival de San Sebástian

22.09.2017, às 13H46.
Atualizada em 22.09.2017, ÀS 14H03

Frente a toda a ansiedade entre os fãs de Tomb Raider desde a divulgação do cartaz da nova aventura de Lara Croft, com Alicia Vikander no papel da exploradora, não causa espanto o frissom que cercou a passagem da oscarizada atriz sueca pelo Festival de San Sebastián, nesta sexta (22). Foi ela quem abriu o evento, realizado há 65 anos no norte da Espanha, à frente do thriller romântico Submersão, do mítico cineasta alemão Wim Wenders. Fora a horda de fotógrafos e repórteres atrás dela, uma legião de tietes se escorava nas grades do Kursaal (centro cultural que serve de base para a mostra) a fim de ver a estrela do drama A Garota Dinamarquesa, pelo qual ela ganhou a estatueta dourada de Hollywood (como melhor coadjuvante) em 2016. Seu nome foi o mais gritado, aclamado e chorado pelo público do País Basco, comovido pelo tom meloso no longa de Wenders.

"Este filme encara a paixão sob bases intelectuais, frisando as diferenças entre os personagens", disse Vikander ao Omelete, destacando ter algo em comum com sua personagem, a biomatemática Danielle. "Na escola, eu era ótima com números e com História. Sempre tive nota boa nas provas de cálculo".

Em Submersão, ela faz par com James McAvoy, de quem é entusiasta. "Fora o timming cômico dele, James tem uma versatilidade que me impressiona", elogia a atriz, que, no filme, investiga a origem da vida na Terra. Em suas pesquisas, Danielle cruza com James (McAvoy), um agente britânico em luta contra o terror que acaba na mira de um grupo jihadista.

"A informação está em todo lugar no mundo. O amor, não", diz Vikander, que ainda menina viu o longa pelo qual Wenders conquistou a Palma de Ouro. "Vi 'Paris, Texas' aos dez anos, pois minha mãe era cinéfila, e me apaixonei pela obra dele. Cresci numa casa modesta na Suécia: cinema era algo que eu descobri pela TV. Até as festas do Oscar... essas eu só via pela televisão, nas madrugadas suecas de fevereiro, ao lado da minha mãe. Ter frequentado uma... ter ganhado um Oscar... isso ainda é uma experiência bem confusa pra mim".

"Não me lembro de uma geração de atrizes com um escopo tão grande de papéis como a de Alicia. E ela é ótima. Foi um achado a química dela com McAvoy", disse o diretor Wim Wenders, em respeito a seu astro, que não pôde vir a San Sebastián por compromissos de trabalho nos EUA.

Vikander encarou o carinho de Wenders como uma forma de reconhecimento à safra de estrelas reveladas nos anos 2010: "Foi depois de Jogos Vorazes, com Jennifer Lawrence, que tudo mudou pra atrizes da minha geração. Ali, vimos uma mulher num papel heróico. Depois desse filme, nós tivemos acesso a papéis dos mais variados, como é o caso de Lara Croft agora", diz Vikander.

Exibido hors-concours, como longa de abertura, Submersão, foi ovacionado pelos quase mil espectadores do Kursaal. Dos 17 longas em concurso na competição oficial pela Concha de Ouro, El Autor, uma coprodução da Espanha com o México, dirigida por Manuel Martín Cuenca, será a primeira a ser projetada.

Esta noite, numa mostra paralela, a cidade confere o documentário brasileiro No Intenso Agora, de João Moreira Salles. Semana que vem os atores Ricardo Darín e Monica Bellucci e a diretora Agnès Varda serão homenageados na cidade pelo conjunto de suas carreiras. No dia 30, a programação termina e será feira a entrega de prêmios pelo júri, presidido pelo ator John Malkovich.

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