Durante 40 anos, a Colônia Dignidad ocultou nos arredores de Santiago um culto fanático religioso e fascista que colaborou com a ditadura do General Augusto Pinochet. Nessas quatro décadas, apenas cinco pessoas conseguiram escapar do complexo.
Inspirado por esses fatos dramáticos, no suspense Colonia, Emma Watson e Daniel Brühl vivem um casal europeu de namorados. Ele é um designer gráfico alemão que trabalha em apoio ao presidente Salvador Allende. Ela, uma comissária de bordo da Lufthansa, em Santiago para visitá-lo. Quando o golpe militar ocorre, porém, ele é levado para a Colônia Dignidad... Desesperada, a jovem se disfarça de fiel e entra para o culto, sem saber do tipo de horror que encontrará por lá para salvar o namorado.
Brühl e Watson entregam as atuações competentes de sempre. Especialmente ela, cada vez mais distante da Hermione de Harry Potter e mostrando-se uma das grandes atrizes de sua geração. Mas é Michael Nyqvist que rouba a cena como Paul Schäfer, o líder do culto. Sua presença é marcante e controladamente repulsiva, mesmo durante as sequências mais repugnantes, que incluem misoginia, pedofilia e tortura.
A pesquisa histórica do diretor alemão Florian Gallenberger é extensa. Com capítulos divididos pelo tempo que o casal passa dentro da colônia, o longa reconstrói em detalhes o local usando fotos da época.
O tom vai do romance ao drama e ao suspense intenso com competência. Mas o final, livre das amarras do realismo histórico, perde-se em uma tentativa de ação claramente inspirada por Argo, mas sem a mesma intensidade. O clímax é um tanto absurdo demais para ser levado a sério, esvaziando o filme de uma força já previamente conquistada. Ao tentar ampliar a abrangência de seu filme, Gallenberger o generaliza.
País: Luxemburgo, França, Alemanha
Duração: 110 min