Por que Margot Robbie é a musa que Hollywood precisa

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Por que Margot Robbie é a musa que Hollywood precisa

Australiana prova que forma e conteúdo podem coexistir

Omelete
3 min de leitura
05.12.2019, às 12H38.

Em menos de dois minutos, nascia uma estrela. Quando Naomi Lapaglia (Margot Robbie) anuncia sua greve de sexo para Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) em O Lobo de Wall Street fica claro que aquela loira estonteante não é apenas um rostinho bonito/corpão. Elogiada por sua atuação no filme de Martin Scorsese, a atriz australiana se tornou instantaneamente uma musa hollywoodiana.

Nascida em 1990, Robbie começou a atuar profissionalmente aos 17 anos, quando conquistou papéis nas produções locais independentes I.C.U. e Vigilante. Depois de mais algumas participações em séries de TV, conseguiu um papel na novela Neighbours em 2008, onde permaneceu até 2011, quando decidiu se mudar para Los Angeles para dar um novo passo na sua carreira.

Rejeitada em um teste para a nova versão de As Panteras na TV, a atriz acabou escalada para Pan Am, a breve e elogiada série sobre comissárias de bordo estrelada por Christina Ricci. Depois de participar de Questão de Tempo (2013), Robbie ganhou o papel da segunda esposa de Jordan Belfort em O Lobo de Wall Street. Com um afinado sotaque do Brooklyn e timing para humor e drama, a atriz encarou uma personagem desafiadora, que precisava ser muito mais do que uma gostosona dentro do universo masculino de Scorsese. E no quarto rosa, com um bebê em cena, Robbie e DiCaprio entregaram um dos diálogos mais perturbados e libidinosos do cinema (momento calibrado por três shots de tequila, bebidos às 9h da manhã).

Aproveitando o destaque recebido pelo filme, surgiram papéis em Golpe Duplo, Os Últimos na Terra, Uma Repórter em Apuros e A Lenda de Tarzan. Mesmo quando os filmes não são uma unanimidade entre a crítica, os elogios a sua atuação são uma constante, como no caso, por exemplo, de Esquadrão Suicida. No papel de Arlequina, o carisma e o talento de Robbie compensaram a inconsistência do roteiro. Em cada cena do filme de David Ayer, incluindo as que não chegaram ao cinema (leia mais), é possível ver o comprometimento da atriz. Na visita do Omelete ao set de Esquadrão, Robbie, vestida como Harley Quinn, falava animada sobre a caracterização da personagem e seu gosto pelas cenas de ação: “Sempre achei que nasci para atuar, e agora que comecei a fazer as minhas próprias cenas de ação, comecei a pensar que eu deveria ser uma dublê.  (...) O desenvolvimento da personagem é tão prazeroso, mas as cenas de ação são algo que não tinha feito dessa forma ainda e aprendi tantas habilidades novas que nunca aprenderia no ‘mundo real’. (...) Me sinto muito badass, tenho pólvora nas minhas mãos pois fiquei atirando o dia todo”.

Sinceridade e empolgação que caracterizam as novas musas hollywoodianas, cujo brilho não é revelado apenas pela beleza. Com apenas 29 anos, Robbie mostra consciência dos seus papéis (sem medo de questionar as fraquezas de Arlequina, por exemplo - veja aqui), enfrentando com um sorriso todas as alegrias e dores do trabalho, incluindo as longas horas de entrevistas de divulgação ou os flagras nada lisonjeiros de paparazzi (gratidão que é consequência de ter começado a trabalhar cedo, se dividindo em três trabalhos diferentes para ajudar nas contas da casa, aos 16 anos).

Da musa hollywoodiana nascida em O Lobo de Wall Street, surgiu a produtora, apostando em produções como Eu, Tonya, filme que rendeu a sua primeira indicação ao Oscar pelo papel da patinadora Tonya Harding. Feito que pode se repetir na premiação de 2020 graças a dois papéis de 2019: a Sharon Tate de Era Uma Vez em...Hollywood e a Kayla Pospisil de O Escândalo. Também graças aos seus esforços e ao seu carisma, Harley Quinn ganhou um filme para fazer jus ao potencial da personagem (leia mais), com Robbie também produzindo Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa. Na nova Hollywood, uma musa não é só feita da sua aparência, mas de muito trabalho. 

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