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Festival de Cannes | Robert Pattinson entra na disputa de Melhor Ator em filme com ares de Drive

Ator da Saga Crepúsculo entra no submundo do crime com Good TIme

25.05.2017, às 09H56.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

À espera de um novo Drive desde 2011, quando o cult de Nicolas Winding Refn cruzou as estradas da França provando que filmes de ação também são obras de arte com "o" e "a" maiúsculos, Cannes matou seu desejo na manhã desta quinta (25), na projeção de Good Time.

Surpresa generalizada, o thriller criminal dos irmãos nova-iorquinos Josh e Bennie Safdie foi um sopro de frescor narrativo na competição pela Palma de Ouro de 2017, causando vertigem com a jornada sem lei de um ladrão de quinta categoria para salvar seu irmão - que tem deficiência intelectual - do xilindró. Nunca se viu nada tão visceral do galã Robert Pattinson quanto seu desempenho como o larápio Connie, cujo amor pelo mano Nick (vivido por um dos diretores, Benny) faz com que ele passe por cima de tudo - até do próprio egoísmo. Se havia um favoritismo absoluto em Cannes em torno da vitória de Louis Garrel, na categoria Melhor Ator por seu desempenho no papel do diretor Jean-Luc Godard, em Le Redoutable -, essa certeza caiu por terra com o empenho do eterno Edward Cullen de A Saga Crepúsculo em deixar seu passado de vampiro para trás.

"Esse filme é como um carro desgovernado: não há freios para Connie, nem para a ousadia dos Safdie", disse Pattinson no evento. Conhecidos por longas como Lenny and The Kids, os Safdie são os mais jovens diretores na dusputa este ano: Josh tem 33 e Benny, 31. Embora falem sobre contravenção e malandragem, eles não têm ecos de Tarantino nem dos irmãos Coen: sua estética está mais para o cinema pop clipado europeu. 
 
"Mas a gente tem muito do Philippe Garrel, mestre francês, em relação a urgência e aos afetos", disse Josh, que encontrou o mítico cineasta a que admira aqui na Croisette, onde ele exibiu L'Amant d'un Jour. 
 
Em Good Time, Cannes viveu 1h40 de tensão na veia, numa montagem ultra ligeira, de fotografia estroboscópica (um efeito de luz piscante), no encalço de Connie para driblar a polícia e arrumar US$ 10 mil para salvar seu irmão, gravemente ferido da cadeia. E com o desejo de Pattinson de se reinventar, eles fazem de Connie uma figura instável, mas de uma inteligência arguta para se salvar da Justiça.
 
"Pattinson é quase um terceiro irmão Safdie e com a coautoria dele o que a gente busca, desde o primeiro minuto, é narrar una descida ao Inferno", diz Josh.
 
Neste sábado (27), Cannes vê o último dos 19 indicados à Palma em 2017: You Were Never Really Here, no qual Joaquin Phoenix tenta salvar uma jovem de virar escrava sexual. Domingo (28) saem os resultado do júri de Almodovar. Nesta quinta (25), os jurados da Semana da Crítica, presididos pelo diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, anunciam quem são seus ganhadores. O filme nacional Gabriel e a Montanha, de Fellipe Gamarano Barbosa, está em concurso.
 

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