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Bill Murray | Como Wes Anderson mudou a carreira do ator

Comediante completa 67 anos neste dia 21 de setembro

21.09.2017, às 12H03.
Atualizada em 05.01.2018, ÀS 17H52

Bill Murray comemora nesta quinta-feira (21) 67 anos de idade. O ator tornou-se um dos maiores comediantes de todos os tempos e, depois de velho, encontrou o respeito da crítica com filmes mais dramáticos e introspectivos, muitos deles criados ao lado de Wes Anderson. Os dois trabalharam juntos pela primeira vez em Três É Demais e, desde então, Murray é figura cativa nos longas do cineasta.

Mesmo estrelando algumas das maiores comédias de todos os tempos, Murray sempre teve um lado dramático que era pouco explorado. No início dos anos 80, ele já havia participado de clássicos como Clube dos Pilantras, Recrutas da Pesada, Tootsie e estava pronto para trabalhar com um material mais sentimental e, por isso, começou a fazer uma adaptação de O Fio da Navalha, romance de William Somerset Maugham.

Com dificuldade para financiar o filme, ele fez um acordo com a produtora Columbia: ele estrelaria Os Caça-Fantasmas se eles financiassem o seu drama – um acordo que foi prontamente fechado. Assim, ambos foram lançados em 1984 e a comédia tornou-se um dos maiores sucessos do ano, enquanto o drama foi um tremendo fracasso.

A decepção com o desempenho do seu projeto dos sonhos foi tão grande que Murray parou de trabalhar por quatro anos para estudar filosofia e história. Depois disso, voltou a se dedicar aos filmes de comédia, até que em 1998 o jovem Wes Anderson lhe enviou o roteiro de Três é Demais, que seria um drama com leves toques de humor.

“Eu mandei o roteiro para ele e não fazia ideia do que aconteceria depois. Um dia, estava na Disney e eles disseram que Bill Murray estava na linha. Eu não fazia ideia de como ele sabia que eu estava lá. Então, me deixaram sozinho falando com ele e lembro que ele falou como ele relacionava esse personagem – Herman Blume – com [Akira] Kurosawa”, afirmou Anderson à Rolling Stone.

Murray acreditava tanto no projeto que assinou para receber o mínimo e, segundo o livro The Wes Anderson Collection, ele chegou a tentar colocar dinheiro do próprio bolso para que o longa ficasse do jeito que o cineasta sonhava. “Quando a Disney não quis pagar por um helicóptero para uma cena, ele assinou um cheque de US$ 25 mil para alugar um. Anderson acabou nunca usando o dinheiro e guardou o cheque como uma lembrança”, revela a publicação.   

O ator foi elogiado pela crítica, chegou a vencer diversos prêmios em festivais independentes e conseguiu inclusive uma indicação para Melhor Ator Coadjuvante no Globo de Ouro. O longa foi um renascimento para Murray que, desde então, começou a trabalhar em filmes mais dramáticos – conseguindo ser indicado ao Oscar em Encontros e Desencontros, de Sofia Coppola.

Eventualmente, ele voltou a trabalhar com comédias como fazia no passado e encontrou o equilíbrio com seus trabalhos dramáticos e introspectivos. Acima de tudo, ele percebeu que havia encontrado um cineasta que entendia sua sensibilidade para o drama e nunca mais deixou de participar dos filmes de Anderson - contando, inclusive, Isle of Dog, próximo filme do diretor que será lançado em 2018. “Fazer filmes com Wes é uma coisa muito louca, pois ele te pede para trabalhar muito e você acaba perdendo dinheiro. Porém, ao mesmo tempo, você consegue ver Wes viver essa vida maravilhosa e magica onde os sonhos dele viram realidade. Então, se você aparecer, ele poderá se divertir e acredito que é porque nós gostamos dele que seguimos fazendo isso”, finalizou Murray à Esquire

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