Action Comics/Superman/Superman Annual

Créditos da imagem: DC Comics/James Gunn/Divulgação

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Superman | O que as referências reveladas por James Gunn significam para o filme

Cineasta revelou 10 momentos da história do Homem de Aço que influenciam o longa

Omelete
9 min de leitura
08.03.2024, às 18H10.
Atualizada em 08.03.2024, ÀS 18H23

Em 6 de março, James Gunn foi ao Instagram para falar um pouco mais sobre seu novo Superman. Questionado frequentemente pelos fãs sobre as obras que influenciaram seu roteiro para o reboot do Homem de Aço, o diretor postou imagens de dez diferentes HQs e animações históricas do personagem além de, na legenda, citar os filmes de Richard Donner e Christopher Reeve.

Ainda que a postagem não dê qualquer pista sobre a trama, ela já adianta um pouco o tom e tipo de história que será protagonizada pelo Azulão de David Corenswet. Abaixo, você confere de onde Gunn tirou essas referências e o que elas podem significar para Superman — confira:

Superman #1 e as animações da Fleischer Studios

Superman/As Aventuras do Superman
DC Comics/Fleischer Studios

Mais rápido que uma bala, mais potente que uma locomotiva, capaz de saltar prédios com um só pulo”. Esse era o Superman da Era de Ouro dos Quadrinhos. Criado por Joe Shuster e Jerry Siegel, o kryptoniano revolucionou a indústria dos gibis com seus poderes e morais inabaláveis, criando o molde que seria usado por décadas na criação de outros heróis. À época, os seres superpoderosos que estampavam as capas de revistas nas bancas americanas representavam o auge da bondade e da capacidade humana. Exemplo para todos dentro e fora das páginas, o Homem do Amanhã se tornou um farol de esperança em um momento em que o mundo passava por um de seus momentos mais turbulentos, a Segunda Guerra Mundial.

Esse era o Superman que dava sopapos bem dados em nazistas e percorria o mundo salvando civis de ditadores, enquanto sua contraparte, o jornalista Clark Kent, investigava bilionários e políticos corruptos que ignoravam suas obrigações sociais para lucrar com a destruição. Nas páginas, o kryptoniano ainda não era capaz de voar, embora conseguisse se mover rapidamente com seus saltos e supervelocidade. Foi só em 1941, com as animações produzidas pelo Fleischer Studios para serem exibidas nos cinemas, que o Azulão ganhou um de seus poderes mais marcantes, foi incorporado às páginas logo depois.

Mesmo divergindo um pouco, tanto os gibis quanto as animações mostravam o Superman caloroso e bondoso que conquistou fãs no mundo inteiro, com uma ética tão sólida quanto seu peitoral de aço. Seu uso como uma das bases para Superman indica que, embora algumas pessoas vejam essa moral inabalável como antiquada, o Azulão voltará às telonas como um ícone da bondade e da esperança, introduzido em um mundo que precisa desesperadamente dessas virtudes.

DC Grandes Astros: Superman

DC Grandes Astros: Superman
DC Comics/Divulgação

Desde que foi oficializado como diretor e roteirista de Superman, Gunn já vinha incluindo DC Grandes Astros: Superman, de Grant Morrison e Frank Quitely, como uma das histórias que influenciaram o filme. Na HQ, o Azulão é confrontado com uma inevitável sentença de morte após uma explosão solar sobrecarregar seu corpo. Mesmo contando os segundos para a sua morte, o herói mantém sua personalidade calorosa e a dedicação em inspirar o melhor nas pessoas, usando o tempo que lhe resta (e as novas habilidades que adquiriu) para salvar até o menos importante dos civis. A página postada pelo diretor, uma das mais emocionantes da HQ, mostra o protagonista ajudando uma adolescente depressiva e suicida que, após não conseguir contato com seu terapeuta em um momento de fragilidade, decide tirar a própria vida. Diferentemente de outros salvamentos, em que ele voaria para parar sua queda, Kal-El alcança a garota antes de ela dar seu último passo, lhe oferecendo o conforto de um abraço e palavras bondosas.

Essa página em específico pode indicar que, assim como foi nos filmes de Donner, o maior poder do Superman de Gunn será sua humanidade, que deve ser tão ou até mais explorada que suas habilidades kryptonianas. Mais do que o Homem do Amanhã, é Clark quem ditará os feitos e a grandeza do herói, com seu coração assumindo o protagonismo que sua quase divindade teve em produções mais recentes.

O Que Aconteceu ao Homem de Aço?

O Que Aconteceu ao Homem de Aço?
DC Comics/Divulgação

De um clássico moderno para um do século passado, temos O Que Aconteceu ao Homem de Aço?, assinado por Alan Moore e Curt Swan. A HQ de 1986 explora uma história alternativa para narrar os últimos dias da vida do Superman, quando seus maiores inimigos começaram a retornar mais violentos e inescrupulosos do que nunca. Ao longo das duas edições, o Homem do Amanhã perde amigos e entes queridos após sua identidade secreta ser revelada ao público. Como já é marca registrada da escrita de Moore, o gibi também explora as emoções extremas de Clark, contando ainda com uma das raras vezes em que ele perde o controle de sua raiva e ataca seus oponentes com uma fúria mortal.

De certa forma, O Que Aconteceu ao Homem de Aço? reforça a importância da filosofia de preservação da vida que pautou toda a existência do Superman, com o herói inclusive deixando de se sentir digno do próprio uniforme após a morte acidental de Mxyzptlk. Mesmo sendo a mais soturna entre as histórias separadas por Gunn, a HQ é uma emocionante homenagem ao legado do Homem de Aço na ficção e na realidade, reforçando seu papel de herói entre heróis, posto que ele deve assumir ao fim de seu arco em Superman.

A Família Superman

Superman Annual
DC Comics/Divulgação

Tanto em seu trabalho na Marvel quanto na DC, Gunn já deixou claríssimo seu carinho por personagens menores dos quadrinhos. Assim sendo, não é nenhuma surpresa que uma das imagens postadas pelo cineasta tenha sido da Família Superman, grupo de coadjuvantes das histórias do Azulão que ajudaram a moldar sua mitologia. De superpets a personagens como Bizarro e Mxyzptlk, a imagem remete ao elenco colorido que cerca o herói e que deve dar as caras ao longo do DCU.

A imagem da edição de 1962 do gibi do Superman talvez não diga tanto sobre o primeiro novo filme do herói em si, uma vez que o elenco da produção já está cheia de grandes heróis. Mas, como já se sabe, a Supergirl, vivida por Millie Alcock, estrelará o próprio filme, Supergirl: Woman of Tomorrow, HQ de Tom King, Bilquis Evely e Mat Lopes que também conta com participação importante de Krypto, o Super-Cão. Outros membros da SuperFamília devem dar as caras em títulos futuros da franquia.

Novos 52 – Adventure Comics de Grant Morrison

Action Comics
DC Comics/Divulgação

Entre os tantos lançamentos meia-boca dos Novos 52, a fase de Adventure Comics tocada por Grant Morrison ainda se destaca como uma das melhores do personagem. Mantendo o bom momento que já vinha desde os tempos de Batman & Robin, o quadrinista reapresentou um Superman em início de carreira, anos antes de se tornar um grande herói aos olhos da população. Na HQ, Kal-El ainda atuava mais como um vigilante à margem da lei, mas que já apresentava toda a sua moralidade heroica ao se dedicar a enfrentar o status quo e salvar pessoas de “menor importância”, se dedicando a causas sociais e ajudando a população de Metrópolis como outros heróis ainda não faziam.

Como Superman apresentará um Clark mais jovem, é possível que Gunn se inspire na fase tocada por Morrison para reintroduzir esse conceito de herói do povo que ainda não foi retratado com tanta profundidade em live-action, embora tenha sido pincelado com charme nos filmes de Donner. Já se sabe que o novo filme não será uma nova história de origem do Superman, mas é provável que aborde o personagem aprendendo o que pode fazer pela humanidade, enquanto o público descobre, junto com o mundo fictício, quem é esse novo Homem de Aço.

Reino do Amanhã

Reino do Amanhã
DC Comics/Divulgação

Quando Gunn revelou o emblema que estampará o peito do novo Homem de Aço, fiz um texto referenciando Reino do Amanhã, história de Mark Waid e Alex Ross, e o que o uso do escudo apresentado na HQ pode significar para o novo filme. Para não me repetir, te convido a lê-lo aqui.

Mas se você não estiver com paciência para ler meu devaneio de fanboy do Waid, basta dizer que Reino do Amanhã mostra o Superman saindo da aposentadoria para dar um jeito na leva violenta de anti-heróis que tomou o mundo e eliminou vilões e criminosos comuns indiscriminadamente com força letal. Com o grupo The Authority já confirmado em Superman, é de se esperar que filme mostre o Homem do Amanhã tentando se estabelecer num mundo em que o heroísmo é visto de forma oposta à sua filosofia dentro da comunidade super-humana.

Superman: A Série Animada

Superman: A Série Animada
Warner Bros./Divulgação

Por mais que não seja a melhor série do falecido DCAU, Superman: A Série Animada ainda contou com ótimos momentos ao explorar a vida dupla de Clark. Assim como os curtas da Fleischer nos anos 1940, a animação apresentou o herói para uma geração inteira de crianças que passaram a se espelhar no personagem.

Um dos elementos mais marcantes d’A Série Animada é o equilíbrio com que a série tratou as duas identidades de Kal-El, desenvolvendo Clark e Superman de forma profunda, algo que também marcou os filmes de Donner. Gunn já falou várias e várias vezes sobre a importância de mostrar Clark e o Superman na mesma medida e como o crescimento de um reflete na identidade do outro. Assim, fica a expectativa de ver esse equilíbrio ser representado novamente nas telonas, com Corenswet dando seu melhor para entregar uma interpretação que condiga com a vida dupla do Azulão.

Superman: As Quatro Estações

Superman: As Quatro Estações
DC Comics/Divulgação

Assim como a série animada, Superman: As Quatro Estações não é necessariamente a melhor obra do Superman nas páginas, mas é uma das mais tocantes e que mais focou na vida do herói como um homem justo e cuidadoso. Escrita por Jeph Loeb e com arte impecável de Tim Sale, a HQ de 1998 acompanhava diferentes momentos marcantes da vida de Clark pelos olhos de quatro das pessoas que melhor o conheciam — seu pai, Jonathan Kent, Lois Lane, Lana Lang e Lex Luthor.

Assim como a SuperFamília, indicar As Quatro Estações como inspiração para o novo filme dá a entender que Gunn não ignorará os personagens que cercam o Superman e destacará a importância que o elenco o humano da franquia tem para o personagem. A HQ também é outro indicativo que teremos novamente uma versão inspiradora e iluminada do Homem de Aço, algo que todos os seus fãs sentiram falta em suas últimas aparições cinematográficas.

Action Comics #1035

Action Comics
DC Comics/Divulgação

Retirada da edição 1035 de Action Comics, a página destacada por Gunn mostra Superman e Lois Lane entrelaçados no céu, na noite anterior ao herói deixar a Terra para enfrentar Mongul no Mundo Bélico. A edição, escrita por Phillip Kennedy Johnson, ilustrada por Daniel Sampere e colorida por Adriano Lucas, já mostra um Clark mais velho e bem estabelecido como o maior herói do mundo. Nesse período de sua vida, no entanto, ele já tem um casamento feliz e duradouro com Lois e o relacionamento entre os dois deve ter lugar de destaque no novo Superman.

Considerando a inclinação para Gunn para comédia e o tom ácido que Rachel Brosnahan costuma trazer para seus papéis, talvez não seja nada arriscado sonhar com uma deliciosa comédia romântica entre Lois e Clark servindo como pano de fundo para os feitos heroicos do Superman.

Superman mostrará o Homem de Aço ainda no início de sua carreira heroica, tentando se estabelecer em um mundo que já conta com super-heróis.

O novo filme contará com David Corenswet (Pearl) no papel título; Rachel Brosnahan (A Maravilhosa Sra. Maisel) como Lois Lane; Nicholas Hoult (The Great) como Lex Luthor; Skyler Gisondo (Licorice Pizza) como Jimmy Olsen; entre outros.

Com lançamento marcado para 11 de julho de 2025, Superman é o primeiro filme do novo DCU.

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