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Morre L.Sprague de Camp, outro pai de Conan

Morre L.Sprague de Camp, outro pai de Conan

13.11.2000, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 12H40
No último dia 6 de novembro, faleceu, no Texas, o renomado escritor Lyon Sprague de Camp, um dos maiores expoentes e divulgadores da literatura fantástica nas últimas sete décadas.

Nascido em Nova Iorque em 27 de novembro de 1907, de Camp interessou-se muito cedo pela literatura fantástica. Seu primeiro conto publicado, The Isolinguals, figurou na revista Astounding Science Fiction no final de 1937. Pouco meses antes, ele havia concluído seus estudos de engenharia aeronáutica. Desde então, manteve intensa atividade tanto na ficção científica quanto na fantasia, tendo escrito mais de 120 livros – ao que devemos acrescentar cerca de 400 contos e artigos –, de ficção e de não-ficção. Tamanha produção torna-o um dos autores mais prolíficos do gênero.

Sua obra mais lembrada talvez seja Lest Darkness Fall (A fim de que não caiam as trevas), seu primeiro romance de 1941. Também, pode-se destacar a saga The Reluctant King (O rei relutante), onde se evidencia o humor que caracterizou sua prosa. Lamentavelmente, grande parte da obra de L. Sprague de Camp ainda é inédita no Brasil.

De Camp foi, juntamente com Lin Carter, quem ressuscitou, nos anos cinqüenta, a personagem Conan, criada por Robert E. Howard vinte anos antes. Sprague organizou as obras de Howard e escreveu prefácios para elas, completando contos inconclusos, bem como criando novos episódios e romances sobre o bárbaro da Era Hiboriana.

Dentro de suas obras de não-ficção, destacam-se biografias notáveis como as de H. P. Lovecraft e de Robert E. Howard. Por sua autobiografia, Time and Chance recebeu o prêmio Hugo de 1997 como melhor obra de não-ficção. Durante sua carreira, foi agraciado com muitos outros prêmios: International Fantasy Award (1953), Gandalf (1976), Nebula (1978), Science Fiction Hall of Fame (1989) e Robert Bloch Award (1998).

Quando perguntavam a de Camp como havia se tornado escritor de ficção científica, ele sempre respondia com a mesma frase: “simplesmente, perdi meu emprego”. Quando foi despedido de um pequeno periódico comercial, não teve outra alternativa se não dedicar-se de corpo e alma à literatura, obtendo um êxito tal que o fez se esquecer de sua ocupação anterior.

Entre os casos mais curiosos de sua vida, cita-se a participação, durante a Segunda Guerra Mundial, num grupo de escritores de ficção científica, juntamente com Robert Heinlein e Isaac Asimov, que serviam de apoio científico à Philadelphia Navy Yard. Segundo Catherine Crook de Camp, sua esposa durante mais de 60 anos, era um trabalho de “cientista maluco, inventando armas secretas”. L. Sprague de Camp tentou desmentir essa história, assegurando que era um serviço muito mais tedioso.

Certa vez, de Camp afirmou: “Se consegui fazer algumas pessoas rirem com minha ficção científica humorística; se consegui entreter ou esclarecer alguém com minhas obras, posso me considerar um homem realizado”. Seguindo este critério, e apesar de jamais ter divulgado suas vendas, Lyon Sprague de Camp foi, com certeza, um dos autores de maior sucesso dos últimos tempos.

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